terça-feira, 25 de novembro de 2008
A arte contemporânea tem como uma das suas características, provocar um estranhamento no observador, os parâmetros estéticos são outros, a autonomia da poiética depende do objetivo do artista. Ela foge aos padrões de contemplação e nos leva ao conhecimento. Se o observador não possuir um repertório teórico, visual e estético, se sentirá desconfortável frente à mesma. A arte deixou de ser utilitária para ser propiciadora de fruição, buscando sua legitimização e autonomia, em atitudes que exigem conhecimento da arte, por parte dos observadores.
Com toda complexidade existente na arte contemporânea, confio que ela possui uma aproximação para melhor compreensão do discente sobre o mundo em que está inserido, identificando, significando e gerando um diálogo com a arte e a vida.
Foi na busca deste diálogo com a arte e a vida, que fiz a escolha de trabalhar com o conceito de mestiçagens[1] identificados nas obras do artista Luiz Henrique Schwanke.
É dito por Lamas (2007) que o princípio poiético de Schwanke está fortalecido na idéia de que o novo é a transformação, a inversão de significados. A sua poética foi carimbada por essa transformação que o conduziu a realizar apropriações, deslocamentos, resignificações e revisitamento.
O segundo ano do ensino médio, trabalhou com conceitos diversos, construiram DVD com imagens móveis e fizeram um trbalho de revisita,mento nas seriações de Schwanke, onde crianram um painel com fotos de jaraguaenses no tamanho 3/4 em negativo com o conceito de seriação.
[1] ler, CATTANI, Icleia Borsa (org.). Mestiçagem na Arte Contemporânea. Porto Alegre: UFRGS,2007.
Com toda complexidade existente na arte contemporânea, confio que ela possui uma aproximação para melhor compreensão do discente sobre o mundo em que está inserido, identificando, significando e gerando um diálogo com a arte e a vida.
Foi na busca deste diálogo com a arte e a vida, que fiz a escolha de trabalhar com o conceito de mestiçagens[1] identificados nas obras do artista Luiz Henrique Schwanke.
É dito por Lamas (2007) que o princípio poiético de Schwanke está fortalecido na idéia de que o novo é a transformação, a inversão de significados. A sua poética foi carimbada por essa transformação que o conduziu a realizar apropriações, deslocamentos, resignificações e revisitamento.
O segundo ano do ensino médio, trabalhou com conceitos diversos, construiram DVD com imagens móveis e fizeram um trbalho de revisita,mento nas seriações de Schwanke, onde crianram um painel com fotos de jaraguaenses no tamanho 3/4 em negativo com o conceito de seriação.
[1] ler, CATTANI, Icleia Borsa (org.). Mestiçagem na Arte Contemporânea. Porto Alegre: UFRGS,2007.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
A luz de Shwanke em Azul na Cidade de Jaraguá do Sul
O trabalho consistiu em mediar o contato dos alunos com a arte contemporânea. Trabalhamos muito com as bras do artista catarinense Luiz Henrique Schwanke que foi como fiz a mediação com arte do tempo atual. As atividades que fizemos foram muitas, entre elas exercitamos a comparação das diferenças e igualdades de conceitos, encontrados nas obras do Schwanke, León Ferrari e nas imagens de revistas do nosso cotidiano.(cultura visual) Também foi contextualizado os objetivos da arte moderna e arte contemporânea. Estivemos no museu histórico Emilio Silvia, para a contextualização da segunda guerra mundial, vista pelo olhar da arte. Por fim, o documentário "A Luz de Schwanke". Percebi o interesse e a curiosidade dos alunos pela luz narrada no documentário e também pela fotografia, foi quando sugeri o trabalho final buscando a luz de Schwanke em azul na cidade, pelo olhar fotográfico. Inicialmente ficaram assustados de não conseguirem, porém tiveram prazer no exercício fotográfico. Após tirarem algumas fotografias, eles avaliavam qual estava melhor ou mais próxima do que buscavam. O resultado foi ótimo, mas melhor do que as fotografias, foi vivenciar uma aula de arte em que os alunos construiam conhecimento. Foi muito gratificante, mediar as aulas desta turma.
ass. Rosa Daitx ( estagiária de arte)
ass. Rosa Daitx ( estagiária de arte)
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Luiz Henrique Schwanke
Joinvilense nasceu no dia 16 de junho de 1951. Desde criança demonstrava aptidão tanto para as artes (teatro e plásticas), como para a publicidade. Hoje, Schwanke é considerado um dos mais importantes artistas de sua cidade e um dos mais reconhecidos em Santa Catarina. Em pouco mais de 30 anos de produção não é possível quantificar o seu acervo. Atuou também como cenógrafo e ator. Ainda na adolescência, recebeu prêmios com textos escritos para festivais de teatro amador que, na época, eram promovidos pelo governo do estado de Santa Catarina. Nas artes plásticas, seu primeiro reconhecimento foi conquistado com um desenho realizado em 1962, quando cursava o primário no Grupo Escola Rui Barbosa. Esse mesmo desenho participou do 11º Salão Nacional de Arte Infantil, promovido pela “Folha de São Paulo”, recebeu medalha de ouro em Santa Catarina e menção honrosa em São Paulo. No início, realizava pinturas de cunho primitivista e fazia uso do pontilhismo para retratar a paisagem catarinense. Sua primeira mostra individual, com pinturas, aconteceu em 1969 na “Exposição de Flores e Artes de Joinville”. Ainda em 1969, realizou um curso técnico de reportagem e jornalismo promovido pela Prefeitura de Joinville. No ano seguinte mudou-se para Curitiba, onde freqüentou durante três anos o curso de direito. No ano de 1974 formou-se em comunicação social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde entrou em contato com a história da arte, sendo esta, desde então, referência para sua produção. Sua atuação nessa cidade, onde trabalhou durante três anos como publicitário (1977-1980), e permaneceu por 15 anos, foi tão intensa que muitas vezes é citado como artista paranaense. No período em que freqüentou a faculdade exerceu, em quatro gestões, o cargo de assessor cultural do Diretório Acadêmico Rocha Pombo do Paraná (Darpp), quando organizou quatro salões de artes plásticas realizados na Faculdade de Filosofia. Tais exposições contaram com a atuação de Adalice Araújo, João Ozório e Carlos Zimermann na comissão julgadora e com obras de artistas hoje reconhecidos, como Fernando Velloso. Apesar de desde o final dos anos 1960 já possuir uma produção em desenho e pintura, o que lhe rendeu exposições e prêmios, somente em Curitiba Schwanke realmente despertou para a arte. Em detrimento do desenhista e do pintor com domínio metódico, nasceu o artista que não só se utilizou da técnica, mas foi muito além. Sua poética encontra-se calcada na busca pelo conhecimento, seja pela realização de cursos, seja por meio do vasto material bibliográfico do seu acervo, das constantes pesquisas às bibliotecas públicas de Joinville e Curitiba, ou mesmo em viagens a diversos museus do mundo. Artista extremamente reflexivo, o que pode ser constatado não somente pela erudição que envolve sua obra, mas também por intermédio de seus escritos. Esses, por sua vez, revelam um fascínio pela luz, principalmente o tratamento dado no período barroco, mais especificamente nas obras de Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610), e a influência exercida pelo contato com pop art, mais diretamente a produção de Andy Wahrol (1928-1987). Contudo, influências de outros movimentos da história da arte aparecem no decorrer de sua produção, como o neo-expressismo, o concretismo, o construtivismo e o minimalismo. Realizou mais de 130 exposições, entre individuais e coletivas, e participou dos mais importantes salões nacionais, nos quais recebeu mais de 30 premiações, tendo sido o artista brasileiro mais premiado nos salões de 1985. Em 1989, foi selecionado por uma comissão composta por Paulo Sergio Duarte, Sheila Lerner, Evelyn Berg Iochpe e Frederico de Moraes a expor no Parque Lage, na Bienal do Rio de Janeiro. Em 1991, foi o único artista catarinense a participar da 21ª Bienal Internacional de São Paulo, estando entre os 51 artistas brasileiros selecionados dos 2.059 concorrentes de 58 países. Schwanke morreu em 27 de maio de 1992. Apesar de pouco mais de 30 anos de produção, sua obra é tão numerosa, rica e diversa que até hoje compõe mostras de importância nacional e internacional. Com curadoria de Agnaldo Farias, em 1994, cinco obras de Schwanke integraram o segmento “A atualidade (1980 aos nossos dias)”, da Bienal Brasil Século 20, com curadoria-geral de Nelson Aguilar, que almejou contar a história da arte brasileira no século 20. Sua obra “Cubo de Luz”(montada, uma única vez, na 21ª Bienal Internacional de São Paulo) integra o livro comemorativo “Bienal 50 Anos”, da Fundação Bienal Internacional de São Paulo.Muito citado pela crítica, recebeu comentários e elogios de profissionais como Adalice Araújo, Agnaldo Farias, Harry Laus, Frederico Morais, Tadeu Chiarelli, Maria José Justino, Ricardo Resende, Walmir Ayala, João Henrique do Amaral, Janga, entre outros. Entre julho e setembro de 2005, uma seriação de perfis, compôs a exposição “Dor, Forma e Beleza – A representação criadora da experiência traumática”, realizada na Estação Pinacoteca, em São Paulo. A curadoria, de Olívio Tavares e Leopoldo Nosek, incluiu, além de Schwanke, artistas de renome nacional e internacional, como Antonio Dias, Ivan Serpa, Iberê Camargo, Leonilson, Karin Lambrecht, Waldemar Cordeiro e Cildo Meirelles. Artista à frente do seu tempo, mesmo após sua morte seus trabalhos continuam a ser expostos ao lado de importantes nomes da arte contemporânea. Sua produção, apesar de ser tema de monografias, dissertações de mestrado e tese de doutorado ainda não foi, e provavelmente nunca será, completamente desvendada.
Biografia retirada do site do artista: http://www.schwanke.org.br/biografia.php
Biografia retirada do site do artista: http://www.schwanke.org.br/biografia.php
A Mestiçagem Nas Obras do Artista Catarinense Luiz Henrique Schwanke Como Mediadora de Entendimento da Arte Contemporânea
A diversidade cultural de Jaraguá do Sul pode ser percebida já no início de sua história. A cidade foi inicialmente habitada, por indígenas Tupis Guarani, sendo que no século XVII os habitantes eram os índios xoclengues.[1] O nome deriva da língua guarani, “Jara+guá” tem o significado de senhor, dominador ou dono do vale, refere-se ao morro atualmente denominado de “boa vista”.
Em 1864, quando a princesa Isabel casou-se com o Conde d’EU, entregou para o Coronel Emílio Carlos Jourdan a missão de demarcação de suas terras na região de Santa Catarina. Na tentativa de colonização Cel. Emílio arrendou a região onde hoje está localizada a cidade, tornando-se proprietário. Jaraguá do Sul foi distrito de Joinville até o ano de 1934, ano de sua emancipação.
A colonização iniciou quando o Cel. Emilio trouxe, do nordeste, vinte homens negros como escravos para a construção e produção do engenho de açúcar, mais tarde, em acordo com navios que traziam refugiados da Alemanha, Itália e Hungria, Cel. Emilio trazia os estrangeiros para a cidade, com promessa de prosperidade e oportunidade para construírem suas novas vidas.
A cidade hoje é um dos maiores pólos industriais do País, possuindo empresas de referências nacional e mundial como a WEG (metal-mecânica), Duas Rodas (essências), Marisol (têxtil), entre outras.
O fato da cidade ser um importante pólo industrial, proporciona um mercado de trabalho constantemente aquecido, demandando profissionais originados de diversas regiões do país e exterior.
No entanto, podemos perceber que Jaraguá é um lugar de passagem, pois grandes partes dos administradores, consultores financeiros, estilistas e executivos das empresas, são pessoas que moram na cidade, de segunda a quinta feira, dia que retornam para suas residências. Portanto, Jaraguá se caracteriza como um "não lugar”.
Segundo Augé (1994) o não lugar sugere uma caracterização muito comum na contemporaneidade, que é o lugar de passagem. Esses lugares de passagem são justamente aqueles pelos quais os homens passam todo dia, mas não o percebem, não acumulam um valor de sentimento, não vivenciam, apenas passam por ele como se fossem, uma linha reta, mapeada para chegarem onde desejam. A velocidade em que ocorrem as transformações do mundo de hoje, nos fazem anular da memória nossa relação com o espaço onde vivemos.
As transformações acontecem, a cidade cresce, a diversidade aumenta e cria no homem da super-modernidade2 um egocentrismo que prima pela inquietação da correria do dia-dia, pelo saudosismo de um passado que mudou, os homens entram em conflito por estarem dividindo o mesmo espaço, mas não há a mesma percepção dele, porque eles passam pelos lugares e não criam vínculos que em um futuro próximo possa ser relembrado, porque tudo se modifica rapidamente e os vínculos também.
Comecei então a observar que há negação do lugar de passagem que hoje caracteriza Jaraguá do Sul, fortalece o saudosismo, a admiração, e principalmente o orgulho da sociedade jaraguaense, por terem em sua história uma colonização européia. Fato que propicia a cidade ser reconhecida atualmente como um dos maiores pólos industriais. Entretanto paralelo ao orgulho desse status verifica-se um distanciamento ao não aceitarem a contribuição desse trabalhador da super-modernidade para o desenvolvimento econômico e cultural da cidade, favorecendo um etnocentrismo cultural.
Perante tal conflito, passei a indagar a identidade jaraguaense como sendo apenas européia e percebi que não existem registros históricos sobre a cultura dos índios que viveram em Jaraguá, nem sobre os negros que foram explorados como mão de obra no desbravamento das terras e na construção do primeiro engenho.
Creio ser relevante tratar dessas diferenças culturais e propor aos alunos da Escola Estadual Heleodoro Borges ações pedagógicas que possibilite perceberem que as diferenças e conflitos ocorrem naturalmente e surgem em nosso meio cultural não para dificultar o desenvolvimento da cidade e nem dos homens, e sim, para acrescentar novos conhecimentos e novas maneiras de viver e perceber o mundo.
Justamente por estar propondo um novo olhar referente à aculturação ocorrida na cidade, escolhi trabalhar com conceitos da arte contemporânea, por ser uma arte que propõem questionamentos, reflexões de relação e contextualização. Neste caso, escolhi o tema: A mestiçagem nas Obras do Artista Catarinense, Luiz Henrique Schwanke: como Mediadora de entendimento da arte contemporânea.
Mestiçagem abrange um enorme desdobramento de conceitos para seu reconhecimento na arte contemporânea. Entre estes, surgem segundo Cattani (2007), os deslocamentos de sentidos, apropriações e justaposições, desdobramentos e ambigüidades, migrações, poiética/ poética e utopia.
São todos esses deslocamentos que nos ajudam a perceber que a mestiçagem, é diferente do hibridismo. Conforme Laplantine e Nouss (apud.CATTANI, 2007, p.26) hibridismo é o cruzamento de dois elementos de gênero e espécie diferentes. Sendo assim se entende que poderia ser o peixe mais o boi que ao se cruzarem sugerem o peixe-boi. Já a mestiçagem, não causa a difusão dos elementos, eles aparecem timidamente nas produções, mas, cada elemento com sua característica. Não existe a homogeneização dos elementos, o que poderá existir são novos significados.
Na busca de novos significados, para equivocados conceitos de arte, presentes no âmbito escolar, que estarei ocasionando com esta proposição educativa, a oportunidade dos alunos vivenciarem a arte do seu tempo, e procurem desmistificar o estranhamento sucedido pela falta de contato com a mesma.
[1] Para melhor compreensão procurar site de Jaraguá do Sul na bibliografia.
2 ° Conforme Augé (1994) super-modernidade seria a rapidez com que ocorrem as transformações de espaços, lugares e valores na sociedade contemporânea.
Em 1864, quando a princesa Isabel casou-se com o Conde d’EU, entregou para o Coronel Emílio Carlos Jourdan a missão de demarcação de suas terras na região de Santa Catarina. Na tentativa de colonização Cel. Emílio arrendou a região onde hoje está localizada a cidade, tornando-se proprietário. Jaraguá do Sul foi distrito de Joinville até o ano de 1934, ano de sua emancipação.
A colonização iniciou quando o Cel. Emilio trouxe, do nordeste, vinte homens negros como escravos para a construção e produção do engenho de açúcar, mais tarde, em acordo com navios que traziam refugiados da Alemanha, Itália e Hungria, Cel. Emilio trazia os estrangeiros para a cidade, com promessa de prosperidade e oportunidade para construírem suas novas vidas.
A cidade hoje é um dos maiores pólos industriais do País, possuindo empresas de referências nacional e mundial como a WEG (metal-mecânica), Duas Rodas (essências), Marisol (têxtil), entre outras.
O fato da cidade ser um importante pólo industrial, proporciona um mercado de trabalho constantemente aquecido, demandando profissionais originados de diversas regiões do país e exterior.
No entanto, podemos perceber que Jaraguá é um lugar de passagem, pois grandes partes dos administradores, consultores financeiros, estilistas e executivos das empresas, são pessoas que moram na cidade, de segunda a quinta feira, dia que retornam para suas residências. Portanto, Jaraguá se caracteriza como um "não lugar”.
Segundo Augé (1994) o não lugar sugere uma caracterização muito comum na contemporaneidade, que é o lugar de passagem. Esses lugares de passagem são justamente aqueles pelos quais os homens passam todo dia, mas não o percebem, não acumulam um valor de sentimento, não vivenciam, apenas passam por ele como se fossem, uma linha reta, mapeada para chegarem onde desejam. A velocidade em que ocorrem as transformações do mundo de hoje, nos fazem anular da memória nossa relação com o espaço onde vivemos.
As transformações acontecem, a cidade cresce, a diversidade aumenta e cria no homem da super-modernidade2 um egocentrismo que prima pela inquietação da correria do dia-dia, pelo saudosismo de um passado que mudou, os homens entram em conflito por estarem dividindo o mesmo espaço, mas não há a mesma percepção dele, porque eles passam pelos lugares e não criam vínculos que em um futuro próximo possa ser relembrado, porque tudo se modifica rapidamente e os vínculos também.
Comecei então a observar que há negação do lugar de passagem que hoje caracteriza Jaraguá do Sul, fortalece o saudosismo, a admiração, e principalmente o orgulho da sociedade jaraguaense, por terem em sua história uma colonização européia. Fato que propicia a cidade ser reconhecida atualmente como um dos maiores pólos industriais. Entretanto paralelo ao orgulho desse status verifica-se um distanciamento ao não aceitarem a contribuição desse trabalhador da super-modernidade para o desenvolvimento econômico e cultural da cidade, favorecendo um etnocentrismo cultural.
Perante tal conflito, passei a indagar a identidade jaraguaense como sendo apenas européia e percebi que não existem registros históricos sobre a cultura dos índios que viveram em Jaraguá, nem sobre os negros que foram explorados como mão de obra no desbravamento das terras e na construção do primeiro engenho.
Creio ser relevante tratar dessas diferenças culturais e propor aos alunos da Escola Estadual Heleodoro Borges ações pedagógicas que possibilite perceberem que as diferenças e conflitos ocorrem naturalmente e surgem em nosso meio cultural não para dificultar o desenvolvimento da cidade e nem dos homens, e sim, para acrescentar novos conhecimentos e novas maneiras de viver e perceber o mundo.
Justamente por estar propondo um novo olhar referente à aculturação ocorrida na cidade, escolhi trabalhar com conceitos da arte contemporânea, por ser uma arte que propõem questionamentos, reflexões de relação e contextualização. Neste caso, escolhi o tema: A mestiçagem nas Obras do Artista Catarinense, Luiz Henrique Schwanke: como Mediadora de entendimento da arte contemporânea.
Mestiçagem abrange um enorme desdobramento de conceitos para seu reconhecimento na arte contemporânea. Entre estes, surgem segundo Cattani (2007), os deslocamentos de sentidos, apropriações e justaposições, desdobramentos e ambigüidades, migrações, poiética/ poética e utopia.
São todos esses deslocamentos que nos ajudam a perceber que a mestiçagem, é diferente do hibridismo. Conforme Laplantine e Nouss (apud.CATTANI, 2007, p.26) hibridismo é o cruzamento de dois elementos de gênero e espécie diferentes. Sendo assim se entende que poderia ser o peixe mais o boi que ao se cruzarem sugerem o peixe-boi. Já a mestiçagem, não causa a difusão dos elementos, eles aparecem timidamente nas produções, mas, cada elemento com sua característica. Não existe a homogeneização dos elementos, o que poderá existir são novos significados.
Na busca de novos significados, para equivocados conceitos de arte, presentes no âmbito escolar, que estarei ocasionando com esta proposição educativa, a oportunidade dos alunos vivenciarem a arte do seu tempo, e procurem desmistificar o estranhamento sucedido pela falta de contato com a mesma.
[1] Para melhor compreensão procurar site de Jaraguá do Sul na bibliografia.
2 ° Conforme Augé (1994) super-modernidade seria a rapidez com que ocorrem as transformações de espaços, lugares e valores na sociedade contemporânea.
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